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Volvo quer se firmar como líder em conectividade

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A Volvo está empenhada na tarefa de se firmar como a fabricante de caminhões que mais oferece soluções de conectividade para seus clientes. A empresa aprofunda a investida que começou com a chegada da nova linha F, apresentada no mercado brasileiro em outubro de 2014, um ano e meio depois de chegar à Europa. “Queremos usar a tecnologia para garantir que o caminhão esteja 100% disponível, com zero paradas não planejadas”, explica Michael Gudmunds, gerente global de serviços conectados da companhia, que visitou o Brasil para participar do seminário sobre conectividade que a montadora promoveu na terça-feira, 25.

A nova gama de caminhões da marca vem de fábrica com recursos inovadores para o segmento, como o dispositivo I-See, que armazena na nuvem dados da via. Estas informações serão usadas nas próximas vezes que o veículo passar pela mesma estrada para tornar a condução mais eficiente, economizando combustível. Outra tecnologia de série que mostra a aposta da marca sueca em conectividade é o My Truck, aplicativo de celular que exibe indicadores do painel do caminhão, como consumo, nível de combustível, de Arla 32 e até mesmo se o alarme do veículo soa ou uma porta é aberta. Os dados podem ser acessados remotamente tanto pelo motorista quanto pelo responsável pela gestão da frota.

A Volvo aproveitou o evento para destacar as funcionalidades do sistema On Call. O dispositivo permite que, por meio de um botão, o motorista peça socorro para alguma falha do caminhão. O veículo já vem equipado com um chip e, quando necessário, completa uma ligação para a central de atendimento da companhia em Curitiba (PR). De lá os profissionais da marca são capazes de acessar o sistema do caminhão, detectar qual componente está com problema e como consertá-lo.

A partir de 2016 a empresa fará ainda trabalho ativo de manutenção preventiva. A ideia é entrar em contato com os clientes sempre que o veículo estiver perto de precisar trocar alguns componentes. Por enquanto essa iniciativa tomará como base a quilometragem rodada, com dados do uso do caminhão passados para a fábrica pela tecnologia embarcada do veículo. A ideia é refinar ainda mais esse serviço nos próximos anos, com potencial de identificar o desgaste dos componentes de forma ainda mais detalhada.

Os recursos oferecidos pela marca fizeram a nova geração da linha F ficar, em média, 20% mais cara na comparação com a anterior. Ainda que o aumento seja indigesto para os clientes principalmente em momento de retração da economia, a investida tecnológica pode trazer larga vantagem à Volvo na área de conectividade. Nilton Roeder, diretor de estratégia e desenvolvimento de negócios da companhia na América Latina reconhece que os novos recursos dos caminhões permitirão que a empresa forme preciosa base de dados sobre as estradas do continente.

“Teremos banco com informações coletadas pelo I-See. No futuro poderemos ter uma versão compartilhada do sistema, que use dados captados por um veículo para ajudar na condução de outro motorista e outro caminhão”, explica. o executivo esclarece que um passo importante para que isso se torne realidade já está acontecendo, que é a manter os veículos conectados e compartilhando informações com a fábrica.

Enquanto planeja as próximas etapas do avanço tecnológico dos caminhões, a Volvo já comemora bons resultados com a linha F recém-chegada ao mercado. Dados da transportadora chilena RRCia International apresentados no evento mostram que o uso dos novos caminhões da marca equipados com as tecnologias garantiram redução de 7% no consumo de combustível na operação da estrada do Caracol, na Cordilheira dos Andes, trecho conhecido por ser perigoso por causa das curvas apertadas. Além do I-See, a empresa utiliza o Dynafleet, sistema de gerenciamento de frota oferecido como opcional.

MOTORISTA CONECTADO

Antes de lançar no mercado brasileiro os novos veículos pesados e extrapesados, a Volvo fez um levantamento com 600 motoristas do País para entender como estes profissionais lidam com o aumento da conectividade. O estudo revelou que os condutores têm, em média, 42 anos, são casados e concluíram o ensino médio. Entre os que participaram do estudo, 62% têm desktops em casa, 38% possuem notebooks e 24% usam ainda tabletes.

Sobre o uso de recursos tecnológicos nas viagens, 5% dos entrevistados levam notebooks, 4% tabletes e 38% utilizam seus smartphones, porcentual que sobe para 50% no caso dos motoristas que fazem viagens de médias e longas distancia. “Quanto mais tempo na estrada, mais conectado o condutor é”, destacou Daniel Homem de Mello, gerente de marketing da Volvo Brasil. Os dados indicam que, se depender do interesse dos motoristas brasileiros em tecnologia, a fabricante de veículos deve ter bons resultados com a sua investida em conectividade.

Fonte: Automotivo Business


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